"Um dos exercícios que terá que ser desencadeado pelo setor empresarial na ressaca da pandemia da Covid-19 passa por um processo de ‘Due Diligence’ às respetivas carteiras de seguros no sentido de aferir a sua capacidade de resposta em situações de pandemia.
O próprio mercado segurador terá que estudar a forma como poderá aumentar o nível de cobertura por danos decorrentes de uma paralisação da atividade por força de uma pandemia. Esta é uma discussão que já está a ter lugar no Reino Unido na sequência de várias participações apresentadas por referência a este risco e dúvidas suscitadas quanto ao nível de cobertura contratado. Para além dos danos financeiros que decorrem diretamente da paralisação da atividade, não devem ser descurados os custos associados a uma gestão de crise. Existem determinadas decisões comerciais como a adesão ao regime do lay-off e determinados eventos como a identificação deum caso positivo de Covid-19 dentro de uma empresa que podem espoletar danos reputacionais e de imagem muito relevantes.
É importante sublinhar que já existem produtos no mercado que consagram os custos de gestão de crise como parte do pacote de coberturas base, nomeadamente no que respeita a danos reputacionais, reconstrução de imagem e da marca e serviços de gestão de crise. A título de exemplo, podemos referir os seguros D&O, os seguros Cyber e os seguros de responsabilidade ambiental. A experiência desta pandemia demonstra que as coberturas de gestão de crise devem ser consideradas para um leque ainda mais alargado de produtos.”
Leia aqui a análise completa de Nuno Luís Sapateiro, associado coordenador nas áreas de Bancário e Financeiro e Mercado de Capitais.